quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

10. PERMANECER PUROS

               Razões para Permanecer Puros




 ÉLDER NEAL A. MAXWELL Do Quórum dos Doze Apóstolos 




 As bênçãos da obediência são lindas. A desobediência mutila espiritualmente. O poder de escolher é seu. Vou procurar abordar de maneira um pouco diferente o grupo básico de padrões relacionados à castidade antes do casamento e à fidelidade após —todos são parte do severo, porém doce sétimo mandamento, talvez o menos popular dos Dez Mandamentos. Embora não seja um assunto comum nos nossos dias, o sétimo mandamento é uma das leis de Deus, aquela a que menos se presta atenção, mas mesmo assim uma das mais necessárias. O mundo não se preocupa muito com o cumprimento desse mandamento, desde que a pessoa seja digna de admiração em algum outro aspecto. Uma vez que abandonam o terreno seguro da obediência como princípio, muitas pessoas acabam adotando uma forma de ser “conveniente”. Mas a imoralidade é tão inconveniente! Como discípulos, não podemos desistir. Recebemos os mandamentos de sermos castos antes do casamento, sermos fiéis ao cônjuge após e também de guardarmo-nos do homossexualismo. Fomos instruídos inclusive contra os perigos da falta de castidade mental. (Ver Mateus 5:28.) As tendências de uma época específica não podem alterar as leis eternas de Deus, nem podemos nós ceder [aos modismos]. A Eternidade Começa Agora Há muito tempo que acredito que no cerne de algumas das doutrinas mais difíceis, bem no seu âmago, estão as maiores verdades e os princípios mais preciosos. Todavia, esses princípios não podem ser descobertos por acaso ou de modo irreverente. A obediência traz, além das bênçãos, conhecimento adicional. Pedro prometeu que a obediência aos princípios corretos acelera o conhecimento. (Ver II Pedro 1:8.) É isso que ocorre com o sétimo mandamento. Por exemplo, Alma disse que devemos dominar nossas paixões para que nos enchamos de amor. (Ver Alma 38:12.) Se essas paixões fossem realmente amor, elas não precisariam ser substituídas pelo amor. O Senhor (em uma revelação ao Profeta Joseph Smith, em 1839) vinculou a “caridade para com todos os homens” à necessidade de permitir que a virtude adorne nossos pensamentos incessantemente. (D&C 121:45) Na parábola do semeador, Jesus falou daqueles que poderiam mudar para melhor mas que não o fazem devido às ambições por outras coisas que, na realidade, “sufocam a palavra”. (Marcos 4:19) Esse sufoco ocorre porque a carnalidade limita seriamente o espírito. Ao ponderar sobre o sétimo mandamento, compreendemos que estamos lidando também com algo de significado transcendental e eterno. Lemos em Provérbios que “O que adultera com uma mulher, é falto de entendimento ; aquele que faz isso destrói a sua alma”. (Provérbios 6:32, grifo do autor) Há certas conseqüências da imoralidade sexual que simplesmente não conseguimos mensurar completamente, mas que são muito reais—embora invisíveis. Paulo escreveu a respeito das coisas que não se vêem, mas que são eternas. (Ver II Coríntios 4:18.) Muito francamente, irmãos e irmãs, devemos preparar-nos agora para viver em um mundo melhor. Esta vida é de suprema importância, mas ela é tão breve. E, se nos adaptarmos rapidamente demais às coisas deste mundo fraco e fugaz, essa adaptação nos tornará mal- ajustados para a vida que vem a seguir—uma vida que durará para sempre. Não é de admirar que aqueles que quebram esse mandamento “são faltos de entendimento”. Três Boas Razões Há, sem dúvida, algumas preocupações relativas ao sétimo mandamento que compartilhamos com o mundo. Tanto no reino quanto no mundo há o desejo de evitar a doença que freqüentemente acompanha a falta de castidade e a infidelidade. Um segundo ponto de convergência é o de evitar a gravidez em mães solteiras. Infelizmente, a “solução final” do mundo é o aborto. O aborto, da mesma forma que a falta de castidade, produz, como disse Jacó tão eloqüentemente, condições nas quais muitos corações perecem “traspassados por profundas feridas”. (Jacó 2:35) Escutem os lamentos em forma de perguntas feitas a mim por uma jovem mãe que sofreu dois abortos: “Fico pensando sobre os espíritos daqueles [filhos] que abortei—se eles estavam lá, se foram magoados. Em ambas as vezes, eu tinha menos de três meses de gravidez, mas uma mãe sente a vida antes de sentir o feto mover-se. Imagino se estão perdidos ou sós. Pergunto-me se eles algum dia terão um corpo. Será que algum dia terei a oportunidade novamente de trazer aqueles espíritos de volta como meus?” Pungentemente, irmãos e irmãs, “iniqüidade nunca foi felicidade”. (Alma 41:10) Uma terceira preocupação parcialmente compartilhada com o mundo é que a imoralidade sexual afeta negativamente o casamento e a vida familiar, aumentando mais rapidamente o número de divórcios. Felizmente, as razões do Reino para guardarmos o sétimo mandamento vão muito além dessas três preocupações, apesar de serem elas muito reais. As Melhores Razões A principal razão de obedecermos a todas as leis de castidade é a de guardarmos os mandamentos de Deus. José entendeu isso claramente quando resistiu aos avanços da predadora esposa de Potifar (Ver Gênesis 39:9.) José, que claramente mencionou sua lealdade a seu empregador, Potifar, concluiu dizendo: “Como pois faria eu tamanha maldade, e pecaria contra Deus?” A obediência de José foi um ato de lealdade múltipla—para consigo mesmo, com sua futura família, com Potifar, com Deus e, claro, mesmo com a mulher de Potifar! Outra forte razão para a obediência é que a quebra do sétimo mandamento expulsa o Espírito Santo de nossa alma e perdemos essa companhia de imenso valor, porque Ele não pode habitar em uma alma pecadora. E sem a ajuda do Espírito Santo, tornamo-nos menos úteis, menos sensíveis, menos funcionais e menos amorosos para com os outros seres humanos. O Verdadeiro Amor A imoralidade sexual é também perigosa porque ela nos torna insensíveis. A lascívia pode, ironicamente, modificar aqueles que se alegram em sua capacidade de sentir emoções, fazendo-os perder a habilidade de sentir. Eles tornam-se, nas palavras de três diferentes profetas, de três dispensações distintas, “insensíveis”. (Ver Efésios 4:19; 1 Néfi 17:45; Morôni 9:20.) A Expiação veio através da obediência e da caridade, não de uma forma menor de amor. Ela foi o ato mais altruísta e significativo em toda a história humana, enquanto que a imoralidade, ao contrário, incansavelmente reforça o egoísmo—que já existe no mundo em proporções epidêmicas. O verdadeiro amor é o principal atributo dos dois grandes mandamentos—dos quais toda a lei depende! Portanto, confundir a verdadeira natureza do amor é o mesmo que não compreender a vida. Quebrar a [lei da] castidade em nome do amor é destruir algo precioso a fim de, erroneamente, celebrar a sua existência. Quando perdemos nossa capacidade de sentir, é porque destruímos a sensibilidade da alma. Outra razão ainda primordial pela qual necessitamos guardar o sétimo mandamento é que a falta de castidade faz diminuir a auto-estima, porque estamos pecando contra nossa natureza e contra o que somos (Ver I Coríntios 6:18;19.) Na minha opinião, estamos também quebrando promessas feitas previamente no mundo pré-mortal. Esse pecado tem sérias conseqüências também sobre outras pessoas. As dezenas de milhares de jovens que estão vivendo juntos sem se casar representam uma ruptura enorme no modo de vida familiar. As duras conseqüências dessa ruptura sobre nosso ambiente social ainda se farão sentir nas próximas gerações. Ser Livre Estas e outras preocupações vão muito além da inquietação que o mundo tem em relação às doenças e à gravidez. No entanto, a Igreja deve ser resolutamente, como Paulo afirmou, “a coluna e firmeza da verdade”. (I Timóteo 3:15) A Igreja preocupa-se também com uma das mais elevadas dimensões da liberdade, que é sermos livres do pecado. Paulo disse: “Onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade”. (II Coríntios 3:17) Jesus disse: “A verdade vos libertará”. (João 8:32) Quando pensamos nesse imenso e coerente número de motivos, podemos compreender porque não se trata apenas de retórica recorrente quando os profetas, como Mórmon, ensinam que a perda da castidade é a perda daquilo que é mais caro e precioso do que tudo. (Ver Morôni 9:9.) E por quê, muitas vezes ao longo da história, os autores das escrituras, observando a decadência de seus respectivos povos, compararam o amadurecer em iniqüidade à propagação da fornicação e do adultério? (Ver Helamã 8:26.) Como Encontrar a Nós Mesmos Negando-nos totalmente a certos desejos, governando nossos apetites e perdendo-nos no serviço—nós nos encontramos. (Ver Alma 39:9, 3 Néfi 12:30.) Simplesmente não podemos fazer diferença no mundo se formos exatamente como as pessoas que estão perdidas por aí. Lembrem-se que, se o sal perder o seu sabor! (…) (Ver Mateus 5:13.) Temos que resistir aos modismos errôneos do mundo. A décima terceira regra de fé não diz que cremos em todas as coisas que são populares, estão na moda, são vis ou sensuais e que nós as buscaremos. Em vez disso, ela proclama: “Cremos em ser honestos, verdadeiros, castos, benevolentes, virtuosos e em fazer o bem a todos os homens”. (Regras de Fé 1:13) E esses atributos são mutuamente dependentes. Outra conseqüência da imoralidade sexual e sua capacidade de dessensibilização é que ela rouba das pessoas a esperança. Ao sentir esvaírem-se as esperanças, o desespero rapidamente se introduz, pois, como disse um profeta: “o desespero vem por causa da iniqüidade”. (Morôni 10:22) Dez Sinais de Alerta Em conclusão, meus conselhos para vocês estão contidos nessas 10 outras observações: 1. Resistam aos argumentos do mundo e irão descobrir que, se permanecerem firmes, outros os seguirão—alguns até de forma surpreendente. Como disse Paulo: “Onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade”. (II Coríntios 3:17) Nem homens nem mulheres podem ser verdadeiramente livres se seu comportamento os faz perder o Espírito. 2. Do mesmo modo que você não deixaria os outros andarem pela sua casa com os pés sujos de lama, não os deixe andar com os pés enlameados em sua mente. 3. Estabeleça um elo forte na corrente da castidade e da fidelidade familiar, para que essa tradição prossiga de avós, pais a filhos e assim por diante em sua posteridade. Estar dessa forma ligados através de elos eternos da melhor qualidade é afirmar, através de suas ações, que você acredita nos mandamentos apesar do que ocorre no mundo ao seu redor. 4. Não se associe com fornicadores—não porque você seja bom demais para eles, mas porque você não é bom o bastante. Lembre-se que situações constrangedoras podem desgastar até mesmo os melhores. José teve, ao mesmo tempo, bom senso e boas pernas para fugir da mulher de Potifar. 5. Hoje em dia, assim como existe o tradicional e egoísta predador masculino, existe também a egoísta predadora feminina. Ambos, impulsionados pelo apetite, têm uma noção errônea de liberdade—o mesmo tipo de liberdade vazia que Caim obteve (após quebrar o mandamento, matando seu irmão, Abel), quando, ironicamente, disse: “Estou livre”. (Moisés 5:33) 6. No caso de erros já cometidos, lembrem-se que temos o glorioso evangelho do arrependimento. O milagre do perdão aguarda a todos os que estiverem seriamente entristecidos e que estejam dispostos a seguir os passos necessários. Lembrem-se, entretanto, que essas são situações nas quais a alma deve primeiro sentir intenso remorso, pois somente através de uma limpeza real pode ocorrer a cura verdadeira. Todavia, a trilha do arrependimento está à disposição. 7. Quando surgir o impulso de fazer o que é errado, ajam contrariamente ao impulso enquanto esse ainda é fraco e a vontade [de resistir] ainda é forte. Tratar os impulsos levianamente fará com que eles aumentem e a resistência enfraqueça. A lei de Parkinson também se aplica à tentação. Ou seja, a tentação expande-se a fim de preencher o tempo e o espaço disponíveis para ela. Mantenham-se “ocupados zelosamente” (D&C 58:27) com boas coisas. 8. Sabendo que os padrões comportamentais da nossa Igreja são diferentes, liguem esse fato com o que vários profetas nos têm dito sobre desprezar a desaprovação ou a vergonha do mundo. Não devemos desprezar as pessoas do mundo, mas devemos amá-las. Todavia, devemos desenvolver desprezo pela vergonha do mundo, porque, no final, ela importa pouquíssimo. 9. Lembrem-se que aqueles que estão no erro não devem marcar o ritmo de sua vida, pois aqueles que se gabam de suas conquistas sexuais estão apenas jactando-se daquilo a que se renderam. Podemos ter pena dos clones comportamentais, mas não os invejamos. 10. Meus jovens amigos, na sua preocupação com a justiça, lidem consigo mesmos de maneira justa. Há um versículo do Livro de Mórmon que é muito significativo e que descreve um antigo líder político com as seguintes palavras: “E ele fez justiça ao povo, mas não a si mesmo, por causa de sua extrema devassidão”. (Éter 10:11) Conseqüências e Bênçãos Tentei descrever para vocês algumas das conseqüências da imoralidade: Antibióticos em vez de abstinência, pílulas em vez de filhos, parceiros em vez de cônjuge, filhos de pais solteiros, além de velhas perversões mascaradas de novas emoções. Preciso agora dizer, entretanto, que, no que concerne ao sério mas doce sétimo mandamento, a obediência é também a entrada. Ao evitar os males e conseqüências da falta de castidade, obtemos também entrada e acesso às bênçãos que sempre acompanham os que guardam os mandamentos. Moisés prometeu à antiga Israel que se eles guardassem os mandamentos, “E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão”. (Deuteronômio 28:2) As bênçãos que se seguem e outras “virão sobre ti, e te alcançarão” se guardares o sétimo mandamento. 1. Guardar o sóbrio sétimo mandamento no seu sentido completo produzirá as bênçãos de estarmos em harmonia com a lei divina e com o Senhor. 2. Essa obediência também trará a bênção da identidade por estar em harmonia com o nosso potencial de sermos tudo o que podemos. O evangelho ajuda-nos a pensar em nós mesmos não apenas como somos neste momento, mas como temos a capacidade de tornar-nos. 3. A obediência ao sétimo mandamento trará a bênção específica e merecida da auto-estima. 4. A observância desse mandamento nos abençoa libertando-nos do apetite, que pode ser a mais opressiva de todas as tiranias 5. Também virá a bênção de não nos perdermos no sentimento corrosivo da culpa com toda sua racionalização improdutiva e com o retraimento da autopiedade que impede a extroversão do serviço genuíno. 6. Aprendemos também a reconhecer a bênção do arbítrio ampliado ao aprendermos a agir sabiamente por nós mesmos em vez de meramente agir pelo impulso do apetite, sendo essa capacidade uma dimensão essencial da liberdade. (Ver 2 Néfi 2:26.) 7. Existe ainda a significativa bênção do impulso pessoal em direção à retidão que sempre advém quando praticamos a tomada de decisões na qual, além de rejeitarmos o mal, ainda escolhemos o bem. Não basta atingirmos o ponto de inércia comportamental, no qual não mais sentimos prazer no pecado; precisamos ter fome e sede de retidão. 8. Além de tudo isso, existe a bênção importantíssima da inocência da alma que leva à integridade pessoal e à franqueza intrépida. Como podemos tornar-nos “uma só carne” (Mateus 19:5) no casamento se, ao entrarmos nesse convênio sagrado, estivermos divididos? Castidade, integridade e serenidade—essas são bênçãos interdependentes e inexprimíveis. Meus jovens amigos, os desvios em relação aos mandamentos de Jesus Cristo são uma depreciação da nossa postura cristã pessoal. Portanto, a obediência ao sétimo mandamento é parte do caráter do verdadeiro cristão. Quando Deus, o Pai, apresentou Seu Filho, Jesus Cristo, ao jovem Profeta Joseph Smith, Suas primeiras palavras foram: “Este é Meu Filho Amado. Ouve-O”. (Joseph Smith—História 1:17) Desde aquele tempo, esta Igreja e seus profetas têm-NO ouvido sempre—inclusive o que Ele tem a dizer sobre castidade e fidelidade! Adaptado de um artigo d’ A Liahona, maio de 1981, pp. 30–36. O verdadeiro amor é o atributo primordial tanto do primeiro quanto do segundo mandamento. Não compreender a verdadeira natureza do amor é não compreender a vida. Ser impuro, em nome do amor, é destruir algo precioso. Razão 1: As bênçãos de estar em harmonia com a lei divina e com o Senhor. Razão 2: A bênção de estar em harmonia com o nosso próprio potencial de auto-realização espiritual. • Resista à retórica do mundo. Se você resistir, outros também o farão. • Do mesmo modo que você não deixaria os outros andarem pela sua casa com os pés sujos de lama, não os deixe andar com os pés enlameados em sua mente. Razão 3: A bênção específica e merecida da auto-estima. Razão 4: A bênção da libertação da tirania do apetite. • Aqueles que são dominados pelo apetite têm um falso senso de serem livres. É uma liberdade vazia. • No caso de erros já cometidos, lembrem-se que temos o glorioso evangelho do arrependimento. O milagre do perdão aguarda a todos os que estiverem seriamente entristecidos e que estejam dispostos a seguir os passos necessários. Razão 5: A bênção de não nos perdermos no sentimento corrosivo da culpa. Razão 6: A bênção do arbítrio ampliado ao aprendermos a agir sabiamente por nós mesmos em vez de meramente agir pelo impulso do apetite. • Quando surgir o impulso de fazer o que é errado, ajam contrariamente ao impulso enquanto esse ainda é fraco e a vontade [de resistir] ainda é forte. Razão 7: A bênção do impulso pessoal em direção à retidão que sempre advém quando praticamos a tomada de decisões na qual, além de rejeitarmos o mal, ainda escolhemos o bem. Razão 8: A bênção da inocência da alma que leva à integridade pessoal e à franqueza intrépida. • Temos que resistir aos modismos errôneos do mundo. Aqueles que se gabam de suas conquistas sexuais estão apenas jactando-se daquilo a que se renderam. • Estabeleça um elo forte na corrente da castidade e da fidelidade familiar, para que essa tradição prossiga de avós, pais a filhos e assim por diante em sua posteridade.

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