quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

7. NAMORO SEGURO


Torne o Namoro um Cruzeiro Tranqüilo


Susan W. Tanner
Gostaria de partilhar algumas perspectivas do evangelho sobre três palavras: amizade, namoro e relacionamento físico.
Primeira, a amizade é um princípio do evangelho; é necessária para nosso bem-estar emocional e espiritual. Segunda, a amizade é o alicerce sobre o qual devem ser edificados o namoro e o casamento e pode ser cultivada. E terceira, um relacionamento físico antes do casamento pode transtornar a edificação de um forte alicerce de amizade, mas, depois do casamento, pode realçar essa amizade.

Amizade

Qual é a importância da amizade para vocês? Como traz bênçãos a sua vida? Vocês já sentiram-se sem amigos? É horrível ficar sozinho e sem amigos.A amizade é necessária para o nosso bem-estar — não apenas agradável, mas necessária. Todos sentimos falta dela, é uma necessidade universal.
Isto para mim tornou-se muito claro, quando um dos meus membros da junta geral das Moças fez algumas viagens pessoais nesse último verão. Nessa ocasião, ela conversou com moças em Idaho, Brasil, Mongólia e Rússia. Em cada lugar, perguntou-lhes a respeito de sua vida e compilou suas respostas. Aqui estão algumas das perguntas que fez, juntamente com as respostas mais freqüentes que recebeu para cada uma delas.
Pergunta: O que a faz feliz? Resposta: Os amigos.
Quais são suas maiores preocupações? Os amigos.
O que gosta de fazer em seu tempo livre? Estar com os amigos.
Em que você pensa a maior parte do tempo? Nos amigos.
Por que as moças não vêm à Mutual? Não têm amigos.
Por que as moças ficam menos ativas? Pela pressão dos amigos.
Não é surpreendente? Os amigos são de primordial importância para as jovens do mundo todo. E creio que os rapazes dariam respostas semelhantes. Assim também como muitos adultos, pois todos precisamos de amigos.
Os profetas ensinaram que a amizade é uma parte essencial para guardarmos nossos convênios. Considerem o exemplo do povo de Alma nas Águas de Mórmon. Ali, eles expressaram seu desejo de entrar no rebanho de Deus. Alma perguntou-lhes se estavam dispostos a carregar os fardos uns dos outros, a chorar com os que choram, e consolar os que necessitam de consolo. Isto é, ele lhes perguntou se estavam dispostos a fazer parte do convênio de que agiriam como amigos. Eles bateram palmas de alegria ao participarem desse convênio. E seus corações se entrelaçaram em unidade e amor. Eis um grande exemplo escriturístico de amizade. (Ver Mosias 18.)
Podemos olhar para Jesus Cristo como o maior exemplo de amizade. “Amigo” era o maior cumprimento que Ele podia dar aos Seus discípulos. Ele disse:
“O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei.
Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.
Vós sereis meus amigos (…)
(…) Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.” (João 15:12–15)
Se a amizade se mostra tão importante nos ensinamentos de nossos profetas e de nosso Salvador, não deveríamos estar nos esforçando para ser grandes amigos cumpridores de convênios? Ser um amigo assim é à semelhança de Cristo; ter amigos assim é celestial. Como santos dos últimos dias, sabemos que a salvação inclui o privilégio de passar a eternidade no lugar em que nosso verdadeiro Amigo, o Salvador, e outros que se tornaram como Ele se encontram. As escrituras dão-nos essa gloriosa promessa: “E que a mesma sociabilidade que existe entre nós, aqui, existirá entre nós lá, só que será acompanhada de glória eterna”. (D&C 130:2)

Namoro

Isto me traz a uma segunda palavra ou relacionamento: namoro. A amizade deve representar um papel chave no namoro e casamento. Vejo a amizade como o alicerce da pirâmide do namoro. Uma pequena história me ajudará a ilustrar esse ponto.
É sobre Isaac e Rebecca. Mas não é um relato bíblico. Trata de nossa filha Rebecca e seu pretendente Isaac. Nossa Rebecca não foi persuadida a casar-se com seu Isaac com tanta facilidade quanto a Rebeca do Velho Testamento. Nem estava disposta a deixar imediatamente seu estilo de vida e sua família para ser parte da vida de outra pessoa.
Nossa Becky estava com 21 anos. Havia-se inscrito para um estágio por meio da Universidade Brigham Young em Moçambique, África. Não estava certa se deveria servir em uma missão, mas pelo menos tinha iniciado a papelada marcando consultas com o dentista e o médico. Estava também pensando em candidatar-se a um programa de mestrado em seu campo. Em resumo, tentava decidir o que fazer na próxima fase de sua vida. Todos nós imaginávamos qual dos três M’s venceria — Moçambique, missão ou mestrado.
Nesse meio tempo, Isaac entrou em atividade e logo ofereceu um outro M para escolha: matrimônio. Ele deveria freqüentar a faculdade de medicina dentro de alguns meses e não queria ir sem a Becky. Mais tarde, contou-nos que também tinha seus três M’s — e esperava que ela escolhesse matrimônio, medicina e, com o tempo, maternidade. “Se não o fizesse”, disse ele, “eu sabia que isso faria com que eu sentisse o quarto M — miserável.”
Becky era uma mulher do século 21. O mundo e suas muitas oportunidades glamurosas estavam à sua disposição, e era-lhe difícil deixar de lado alguns de seus sonhos. O que finalmente a venceu foi a bondade de Isaac e sua gentileza com ela. Ele também tornara as coisas românticas, como enviar-lhe belos ramalhetes, levá-la a lugares agradáveis e assim por diante.
Mas essas coisas por si só não a teriam vencido. O que mais a influenciou foi como ele sempre colocava os sentimentos e necessidades dela acima dos seus. Tinha gestos atenciosos, como os que um amigo faria para outro. Por exemplo, quando soube que a pulseira do relógio dela era muito grande para seu pulso, ele tirou alguns elos da correia, fazendo com que o tamanho ficasse perfeito. Outra vez ela encontrou seu carro limpinho e reluzente, por dentro e por fora, porque ele havia limpado tudo, coisa que ela nem havia pedido. Em outra ocasião, ela encontrou uma pequena lista que ele havia feito, de meios de aperfeiçoar-se, e muitas de suas metas eram direcionadas para servi-la. Essas gentilezas prometiam uma amizade duradoura; expressavam qualidades de caráter que durariam, mesmo quando as belezas físicas se houvessem desvanecido.
Becky entendeu que ele possuía as qualidades que continuariam em meio aos tempos bons e ruins, exatamente as que ela procuraria em um bom amigo. Assim, casou-se com Isaac. E agora ela reflete que estava certa com relação a que suas grandes qualidades seriam uma vantagem para o seu relacionamento. Sente que está casada com seu melhor amigo. E é isso que um casamento deve ser.
A amizade, portanto, deve formar o alicerce do amor romântico — o amor que leva ao namoro e casamento. Da mesma forma, tanto a amizade como o amor romântico só podem tornar-se aquilo que Deus pretende que sejam, quando são baseados em caridade, “o puro amor de Cristo”. (Morôni 7:47) Como aprendemos em Morôni e I Coríntios, a caridade é sofredora, benigna, não é invejosa, e não busca os seus interesses. A caridade leva os casais a se regozijarem na verdade, a crerem, esperarem e perseverarem. Os casais cujo amor se baseia na caridade, desejam o melhor um para o outro. Seu amor é repleto do puro amor de Cristo. Essas são as qualidades que devemos procurar no namoro e no casamento. (Ver I Coríntios 13:4–7; Morôni 7:45.)
Uma das maneiras de se desenvolver um relacionamento forte e amoroso é por meio da comunicação saudável. A comunicação é o caminho pelo qual se inicia e perdura um bom relacionamento. Meus filhos solteiros perguntam-me constantemente como é que as pessoas conseguem casar-se. Parece um misterioso quebra-cabeças. Sei que a história de amor de cada um é diferente. Mas parece haver pelo menos uma coisa em comum na maioria das histórias. É a espontaneidade na comunicação. Muitos casais afirmam: “Simplesmente não conseguíamos parar de falar; eu perdia a noção do tempo quando estávamos conversando; sentia-me tão à vontade conversando, compartilhávamos o mesmo senso de humor, gostávamos de falar sobre nossos interesses e valores semelhantes”.
Foi assim em meu primeiro encontro com meu marido. Durante a noite toda estávamos cercados por pessoas, mas sentíamos como se só nós dois existíssemos. John e eu conversávamos sem parar.
Já ouvi dizer que “o amor é como uma longa conversa”. Acredito nisso. Na realidade, brinco com freqüência com nossos filhos, dizendo que, se algum dia não tiver mais o que falar com o papai, então nosso casamento estará terminado. Não tenho medo de dizer isso, pois gostamos de conversar um com o outro sobre tudo.
Essa comunicação que é tão divertida em uma amizade, também é essencial quando você realmente passa a conhecer o íntimo de uma pessoa. Um relacionamento nunca deve desenvolver-se em namoro, se não consegue ir além de conversas superficiais.
Às vezes procuramos a felicidade em lugares exóticos e o romance no místico, no dinheiro ou charme. Em outras, procuramos apenas pelas aparências. Em vez disso, precisamos de amigos que incorporem os mesmos ideais cristãos. Ao terem encontros, procurem amizades que tenham força duradoura e que possam proporcionar um alicerce firme para o casamento. Depois de haverem estabelecido uma base sólida e virtuosa em seu relacionamento, existe um lugar para a intimidade física — no casamento.

Relacionamento Físico

O relacionamento físico entre um homem e uma mulher pode ser maravilhoso — uma bela bênção. No entanto, se a parte física de um romance se inicia cedo demais ou rápido demais, passa a tomar conta de tudo. Então, será como colocar o carro na frente dos bois. Nossas emoções físicas são poderosas e emocionantes. É assim que devem ser. Mas é exatamente por isso que precisam ser mantidas dentro dos limites até depois do casamento—quando outras partes fundamentais do relacionamento são desenvolvidas.
Ensinamos a nossos filhos alguns princípios que esperamos ter-lhes proporcionado proteção. Tentamos criar algumas frases de efeito para se lembrarem facilmente em ocasiões de perigo e decisão. Permitam-me compartilhar apenas quatro princípios que os protegerá, se deles se lembrarem e os observarem.
  1. 1. 
    1. Evitem os perigos do escuro. Fiquem em locais bem iluminados — literal e figurativamente. Existe sabedoria em deixar-se a luz acesa — na varanda, na sala de visitas, no baile. E há segurança em evitar os locais que representam o espírito de trevas.
  2. 2. 
    2. Cuidado com o perigo do horizontal. Não se deitem juntos ao namorar. Simplesmente não o façam — nem para assistir a um filme, ler um livro ou descansar em um piquenique.
  3. 3. 
    3. Lembrem-se dos perigos do isolamento. Encontrem lugares públicos para estarem a sós. Aprendam a ter suas conversas particulares onde houver outras pessoas. Existe grande segurança em ficar juntos onde possam ser interrompidos facilmente.
  4. 4. 
    4. O recato é uma necessidade. Tudo referente a sua aparência, seu linguajar e seu comportamento deve evidenciar que vocês são um filho ou filha literal de nosso Pai Celestial. Se entendermos verdadeiramente o significado de nosso corpo no plano de nosso Pai, demonstraremos grande respeito por nosso corpo. Quando vocês se vestem e agem com recato, os outros os tratarão com respeito.
Você se protegerá, se ficar com os que também estejam à procura de boas escolhas. Alguém com quem deseja despender o resto de sua vida só desejará as melhores coisas para você. É citado no Para o Vigor da Juventude: “Escolham amigos que partilhem de seus valores, de modo que vocês possam fortalecer e incentivar uns aos outros a viverem padrões elevados. Um verdadeiro amigo os incentivará a ser o melhor possível”. ([2002], p. 12.)
O Senhor planejou que fôssemos um em todos os aspectos. O relacionamento físico no casamento pode ajudar-nos a concretizar nossa união espiritual. Somos feitos um para o outro.
Nosso modelo é a própria primeira história de amor. O Senhor disse que não era bom que Adão estivesse só. Assim, o Senhor criou Eva, para ser “uma ajudadora idônea para ele”. (Gênesis 2:18) O significado dessa escritura é que Eva foi criada para ser uma ajudadora “idônea” para Adão.Idônea significa apta, capaz, competente. Assim, Eva era apta, capaz e competente para ajudá-lo. Depois disso, foi ensinado a Adão que eles deveriam “apegar-se” um ao outro, “e serão ambos uma carne”. (Gênesis 2:24) Estão aqui, portanto, todos os elementos — ser aptos um para o outro primeiramente, e depois complementar com o relacionamento físico depois do casamento.
Sei o que é ter um amigo assim. Meu marido, John, era bondoso, gentil e romântico em nosso namoro. Depois, mesmo quando estava freqüentando a faculdade em tempo integral, trabalhando em tempo integral e com três filhos menores de quatro anos, ele continuava a ser gentil, atencioso e romântico comigo, o que demonstrava ajudando-me em minhas muitas tarefas. Dava banho nas crianças toda noite. Esfregava o chão da cozinha. Era também minha janela para o mundo — mantendo-me a par do que estava acontecendo. Ele nos sustentava. Dava-me incentivo como mãe. Levava as crianças a peças, concertos, acontecimentos de atletismo e auxiliava nos trabalhos que tivessem que escrever. Proporcionava-me momentos de descanso — em passeios ou saídas no fim de semana, levando-me ao templo ou, ocasionalmente, em suas viagens. Quando à noite chego cansada em casa, ele me faz torradas com queijo e outras guloseimas, para que eu não tenha que cozinhar. Ele é minha inspiração e meu editor, quando escrevo ou preparo discursos. Ele ora por mim e dá-me as bênçãos do sacerdócio. Ele auxilia-me de todas as maneiras.
Espero que cada um de nós encontre essa alegria em sua vida por meio do relacionamento com amigos, família e Deus. Preci-samos lembrar-nos de que as amizades profundas são edificadas sobre virtudes cristãs. Essas amizades devem formar uma base sólida sobre a qual o namoro se edifica. E, finalmente, com muito cuidado, o relacionamento físico acentuará essa santa amizade em casamento. Testifico que esses princípios são verdadeiros. Que possamos encontrar alegria nas sagradas sociabilidades que o Senhor nos forneceu.
Adaptado de um discurso de devocional da Universidade Brigham Young—Idaho, feito em 18 de novembro de 2003.

Um comentário:

  1. muito boa essa postagem, gostaria de ler mais sobre namoro entre jovens!
    Ana

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